Mural alusivo o 50º aniversário do 25 de abril de 1974
Trabalho criado, desenvolvido e realizado por professores da EBFL, com a colaboração de alguns alunos.
Autoria: José Paulo Caetano.
Traçagem: José Paulo Caetano, Susete Mota, Carlos Pais.
Pintura: José Paulo Caetano, Susete Mota, Joaquim Costa, Paula Henriques.
Colaboração na pintura: alguns alunos do 2ºciclo da EBFL.
Pintura de cravos na parte inferior do mural: Alunos em representação de todas as turmas do 1º CEB de Sátão.
Corpo da obra dividido em 3 indicadores visuais:
FORMA:
A forma está ajustada ao mural, no entanto o autor pretende transparecer uma caravela portuguesa e as suas velas. Estando indiretamente relacionada com os descobrimentos do Império Português e das conquistas, uma vez que a liberdade e a democracia também foram conquistadas.
COR:
As cores da bandeira portuguesa - Verde: Esperança/força do povo (esta está em mais área, por o autor pretender dar enfâse precisamente ao poder e força do povo português e por outro lado, não se ter derramado sangue); Amarelo: Esfera Armilar/Navegadores portugueses; Vermelho: Sangue/dor/raiva.
Cinza:Sombra/Tristeza.
Azul:Serenidade/Bondade/Eternidade.
Castanho:Terra/Pátria.
Branco:Paz/fé/Começo.
Preto:Morte/Sofrimento/Ditadura.
CONTEÚDO:
Lua– Noite/Escuridão/Opressão.
Rosa negra– simboliza o regime autocrata e ditatorial.
Espinhos da rosa negra– Elementos da PIDE/Tortura.
Flores cinza– personificam o povo e o seu sofrimento. Povo triste subordinado/acorrentado/Guerra no ultramar.
Verdes campos do início– Apesar do regime, os campos eram férteis e prósperos.
Cravo erguido colorido– Enraíza a luta clandestina pela paz (não existe paz em ditaduras) e o fim da guerra nas Ex-colónias.
Pomba branca– Mensageira da paz / Organização de todo o processo militarista que antecedeu o dia do ataque a Lisboa.
Rama entrelaçada dos cravos– MFA/ Unidades militares vindas de todo o país.
Texto dos cravos– Alguns Valores de abril que se pretendiam conquistar com a revolução.
Disco vinil– “Grândola Vila Morena”, canção de Zeca Afonso - 2ª senha passa na rádio nacional às 00h20 de 25 de abril de 1974.
Mão segura o cravo da democracia– Mão em gesto de OK (depois de ter passado a 1ª senha “E depois do Adeus”, que significava o “Preparem-se para o ataque…”. Esta mão, simboliza o OK, o “podem arrancar”!)
O cravo da democracia- simbiose/contaminação a arma/G3, tornando-a pacífica.
Espingarda G3– Ao contrário e sem gatilho. A forma significa o antiguerra, sem disparos de munições. Representa o MFA segura a arma/armas. Mão que amassa o cano da arma, significa o momento em que o Capitão Maia, desarmado enfrenta sozinho as forças fiéis ao regime e estas baixam as guardas!
Acor, com a representação do céu e do sol, simbolizam a mensagem dos capitães/soldados, a tranquilidade e a luz ao povo português.
Mão liberta-se das correntes quebradas– Quebra das amarras da ditadura. Libertação do povo. É aí que o regime cai!!
Cano da arma transforma-se para a letra(L) da palavra Liberdade.
Mão com o quico militar,significa a vitória dos capitães libertadores.
Mãos ao alto, com braços muito compridos– Significam os festejos do povo libertado. Como não ouvimos o som, os braços erguem-se bem alto, são gritos gestuais.
Mão com molho de cravos– simboliza a distribuição dos cravos pelo povo. O cravo vermelho, torna-se um ícone da Liberdade. A Liberdade já é “nossa”, ditadura, nunca mais!!
Lápis Azul quebrado – Fim da Censura, mais um sinal sobre a queda do regime.
Flor Grande e colorida– Representa precisamente o próprio dia 25 de abril de 2024, a celebração dos 50 anos de Liberdade.
Girassóis– Representa o futuro radiante do povo, mas…
Flor cinza escondida- …radiante, mas nada é garantido e absoluto !!
Dados da Obra:
Composição gráfica/visual totalmente original, criada da imaginação do autor, sem recurso ao uso de clichés usuais ou ícones por demais já retratados. Trata-se de uma Metáfora Visual, em que todos os grafismos representados têm sentido lógico, estando diretamente relacionados com a Revolução.
O mural explana uma linguagem visual muito forte e expressiva, contudo de narrativa da perceção cronológica, simples na sua leitura, sem descorar o vetor estético. Teve também que ser pensada para agradar à vista. O Mural, retrata na mente do autor, uma narrativa histórica e factual, com base no seu saber pessoal empírico e artístico. Foi pensado e estruturado para a sua localização. Foi igualmente essencial sua forma de comunicar com o observador transeunte. A linguagem visual teve em conta a forma como seria comtemplado, isto é, de rápida leitura, daí que se baseou praticamente em imagens sugestivas, sendo o texto, somente o essencial.
Colaboradores:
Um agradecimento, sobretudo à equipe de traçagem e pintura. Foram várias horas de trabalho pós-laboral e não nas melhores condições. O produto final, só foi possível, com a ajuda dos docentes envolvidos.