Dia Mundial da Luta contra a Sida

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No dia 1 de dezembro comemora-se por todo o mundo o Dia Mundial da Luta contra a Sida. Este dia assinala uma data em que todas as pessoas se unem e tomam consciência do problema que é a SIDA. É uma forma de lembrar que ela existe e sobretudo alertar para a sua prevenção.

Segundo os números mais recentes e até à data, cerca de 65 milhões já foram infetadas pelo VIH e a SIDA já causou a morte de mais de 25 milhões de pessoas desde que foi identificada pela primeira vez em 1981. A grande maioria dos 38,6 milhões de pessoas a viver com o VIH em 2005 não sabiam do seu estado. A SIDA é hoje uma das mais graves questões relacionadas com o desenvolvimento e a segurança que o mundo enfrenta.

A Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA) é caraterizada por um conjunto de sinais e sintomas de diferentes doenças (Síndrome), causada por um sistema imunitário deficitário (Imunodeficiência) que derivou de um agente externo adquirido, o VIH.

A infeção por VIH ocorre em três fases

A infeção por VIH decorre em três fases distintas. A primeira fase dá-se após o contacto com o vírus. Nesta fase pode haver manifestação de alguns sintomas, como mononucleose, faringite, mialgias, dor de cabeça, entre outros, ou pode não existir qualquer tipo de sintoma. Este é um período em que o vírus está extremamente ativo na corrente sanguínea, pelo que é uma fase em que o novo portador pode facilmente transmitir o vírus a outra pessoa. A segunda fase compreende-se entre as duas primeiras semanas, após contágio, podendo ir até 20 anos ou mais. Nesta fase a caraterística mais significativa é a ausência de sintomas. Durante este período o indivíduo pode recorrer a tratamento antirretroviral, o que pode fazer com que se mantenha nesta fase durante várias décadas, sendo baixo, mas possível, o risco de transmissão do vírus. A última fase da doença, a fase conhecida por SIDA, acontece quando o sistema imunológico se encontra muito afetado, havendo maior suscetibilidade de contrair outro tipo de infeções, cancro ou outras doenças oportunistas, sendo o prognóstico, nesta fase, algo reservado.

Existem registos de ocorrência de casos de SIDA em África na primeira metade do século XX, no entanto, apenas se começou a dar a devida importância a esta doença quando se começaram a detetar casos nos chamados países desenvolvidos. Foi na década de 80, do século passado, que as comunidades científicas se começaram a preocupar com a SIDA. Esta doença começou a ser conhecida pela sociedade por ser falada na comunicação social, em especial, por atingir cantores, bailarinos, atores, entre outros. Inicialmente, os casos detetados eram maioritariamente em homens que faziam sexo com homens e em indivíduos que utilizavam drogas injetáveis, pelo que se criou o estigma de que apenas estes indivíduos faziam parte do grupo de risco, no entanto, e dada a nossa atualidade, não são apenas estes os indivíduos de risco.

Os primeiros casos de SIDA foram notificados em Nova Iorque e Los Angeles em 1981, sendo que na Europa os primeiros casos foram notificados em 1987 em hospitais belgas. Os primeiros casos eram predominantemente detetados em indivíduos do sexo masculino, em especial em homens que faziam sexo com homens.

O VIH é um vírus que apenas pode afetar humanos, existindo três formas de transmissão deste mesmo vírus: uma das formas é através do sémen e de fluídos vaginais durante a relação sexual sem uso de preservativo, pode ocorrer também através de contacto sanguíneo, ao partilhar agulhas e seringas, ou através de objetos cortantes contaminados (lâminas de barbear, objetos cirúrgicos, material de manicure, piercing, tatuagens ou material de furar orelhas, agulhas de acupunctura, entre outros), ou então por transmissão mãe/filho, durante a gravidez, no parto ou na amamentação.

No que diz respeito à relação sexual, a transmissão de homem para mulher é mais comum do que de mulher para homem, dado que o sémen é mais virulento do que os fluídos vaginais. Tendo em conta os diferentes tipos de relação sexual, a transmissão do vírus pode ser feita tanto na relação vaginal, como na anal, como na relação oral, sendo que a relação anal é a que traz mais riscos.

Os indivíduos mais suscetíveis a contrair o VIH são aqueles que praticam atividade sexual com múltiplos parceiros sem uso de preservativo, os utilizadores de drogas injetáveis que partilham as suas agulhas, as seringas e o material de preparação de drogas, e os profissionais de saúde pelo permanente contacto com objetos cortantes ou perfurantes que podem estar contaminados, podendo haver acidentes que provoquem a sua transmissão.

O diagnóstico do VIH

O diagnóstico do VIH é feito através de análises ao sangue, podendo ser feito laboratorialmente ou em testes rápidos (existentes em algumas unidades de saúde). O diagnóstico, tendo em conta as fases da infeção por este vírus, pode não ser eficaz nos primeiros dias após o contágio, pelo que deve ser efetuado sempre que necessário, mas no caso de dar negativo e ter havido comportamento de risco deve ser repetido 3 a 4 semanas e 3 meses depois do primeiro teste.

No que diz respeito ao tratamento desta doença, temos ao nosso alcance medicação antirretroviral que retarda a doença, mas que não cura… Ainda não existe cura para neutralizar o vírus da SIDA!

O VIH em Portugal

Em 2015 foram diagnosticados 990 novos casos de infeção por VIH em Portugal e no final do ano encontravam-se registados, cumulativamente, 54.297 casos, dos quais 21.177 no estádio SIDA;

Os novos diagnósticos ocorreram maioritariamente (99,9%) em indivíduos com idade ≥15 anos, 49,3% dos quais residentes na Área Metropolitana de Lisboa, 72,9% registou-se em homens, a idade mediana ao diagnóstico foi de 39,0 anos, 72,0% referiam ter nascido em Portugal e 15,0% apresentavam uma patologia indicadora de SIDA à data do diagnóstico da infeção. De acordo com os valores das contagens iniciais de CD4, 49,0% dos novos casos corresponderam a diagnósticos tardios. A via sexual foi o modo de infeção indicado em 94,9% dos casos, com 54,4% a referirem transmissão heterossexual. Os casos que referiam transmissão decorrente de relações sexuais entre homens corresponderam a 53,8% dos casos de sexo masculino e apresentaram uma mediana de idades de 31,0 anos. As infeções associadas ao consumo de drogas equivalem a 4,6% dos novos diagnósticos em 2015;

A análise das tendências temporais da epidemia revela, desde 2008, uma descida consistente da taxa de novos diagnósticos, contudo, Portugal continua a ter uma das mais elevadas taxas da União Europeia. As tendências recentes revelam um decréscimo acentuado dos casos de infeção associados a consumo de drogas, aumento de novos casos em jovens do sexo masculino que têm sexo com homens e uma elevada percentagem de diagnósticos tardios, particularmente em heterossexuais;

Decorridos 30 anos da criação do sistema de vigilância epidemiológica nacional para a infeção por VIH/SIDA e da emissão do primeiro boletim com a casuística nacional, o investimento na melhoria contínua da qualidade da informação epidemiológica mostra-se essencial para a compreensão e intervenção adequada na prevenção e mitigação do impacto da epidemia no país.

Prevenir é o caminho!

- Não partilhe agulhas, seringas, material de preparação de drogas ou materiais cortantes com ninguém!

- Utilize o programa “TROCA DE SERINGAS – Diz não a uma seringa em segunda mão”.

- Se não tiver confiança no local, não faça tatuagens, piercings, aplicação de brincos, acupunctura ou manicura; tente obter sempre informações sobre o local em causa, peça para ver como trocam material entre clientes e onde e como lavam, desinfetam e esterilizam os seus materiais!

- Use SEMPRE PRESERVATIVO! Não confie nas aparências… o seu parceiro, aparentemente saudável, pode ser a sua via de infeção!

 

Professor

Joaquim Costa e Alunos do Curso Profissional de Multimédia (10º e 11º F).